Um momento a agradecer a Deus.

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Conduzir a tocha Olímpica foi um presente de Deus

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Encontro com bisneto do presidente do Vasco que assinou a "resposta histórica de 1924" revela história e acervo importantes

Acabo de conhecer por intermédio do meu amigo e editor Leo Christiano o bisneto de José Augusto Prestes. Ele foi o inesquecível primeiro  presidente  cruzmaltino  campeão que assinou a “resposta histórica” -documento através do qual o Vasco se desligou da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, num ato em defesa de seus atletas negros e trabalhadores. Os clubes da elite, dentre eles, Flamengo, Botafogo e Fluminense, queriam impedir que esses atletas vascaínos disputassem o campeonato de 1924 depois de terem sido campeões em 1923. A resposta vascaína foi um sonoro NÃO ao racismo e ao preconceito.

José Luiz Macedo Soares, bisneto do ex-presidente, possui  vasto acervo (documentos, fotos, numerosa  correspondência, quadros e objetos diversos) que conta a história desse grande homem. A história de Prestes é fenomenal. Nascido em Portugal e naturalizado brasileiro, teve juventude de grande militância política e lutou firmemente pela instituição da República portuguesa. Veio para o Brasil devido à perseguição política a que foi submetido e, quando aqui chegou, escreveu páginas de uma história de empreendedorismo e realizações.


Eu e Léo conversamos por mais de duas horas com Macedo que nos contou episódios da vida de Prestes como a  criação da primeira fábrica de gelos no Brasil, assim como a primeira usina siderúrgica da América Latina e construiu ainda o primeiro automóvel no país, que levou o nome de “Bandeirante”. Era uma pessoa antenada com o futuro, homem culto e de grande relacionamento social, empresarial e político. Um deles, com um dos maiores heróis modernos de Portugal – Gago Coutinho – pioneiro na travessia aérea do Atlântico.


Acredito que a história de José Augusto Prestes merece maior estudo e uma biografia que evidencie a dimensão de sua vida e de seus feitos. Para o estudo do esporte brasileiro e o melhor conhecimento do perfil do dirigente esportivo brasileiro, isto é fundamental.


Estamos organizando uma ida da família de José Luiz Macedo Soares a São Januário para receber o carinho e a gratidão da torcida vascaína. Será o reencontro do Clube com parte de sua história. Em breve, eu e Léo vamos nos ocupar de buscar os meios com o Poder Público  e instituições de fomento à pesquisa para dar início ao trabalho de identificação e classificação deste  precioso  acervo e o que  mais for necessário ao seu estudo e difusão. Desde já, acho que o bisneto  do ex-presidente Prestes deveria ser agraciado com a Honra do Mérito Esportivo – maior honraria do esporte brasileiro. Trabalharemos nisso, pois somos  vascaínos e amantes do esporte e da democracia.




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O VASCO E O DESAFIO DA REESTRUTURAÇÃO DOS SEUS ESPORTES OLÍMPICOS

·         A torcida vascaína acompanha ansiosa o desfecho da briga política, administrativa e judicial para obtenção das certidões negativas de débito que permitirão ao Vasco a obtenção de verbas públicas de patrocínios e convênios.

·         A vitória nessa batalha será apenas a primeira etapa das muitas que separam o Clube das receitas que poderão dar novo fôlego aos esportes olímpicos.  Digo muitas, pois o êxito na captação de recursos requererá muito mais do que as essenciais certidões.

·         O Vasco precisa se estruturar adequadamente e estabelecer um bom planejamento estratégico e um plano de execução ágil e eficiente. Tudo isso apoiado num modelo de governança ágil e adequado.

·         O esporte brasileiro vive um novo momento, com muito mais recursos disponíveis nos três níveis de governo, nas estatais e nas empresas privadas. Há possibilidade de convênios com o poder público e com a Confederação Brasileira de Clubes (a mais nova fonte de recursos para o esporte e que brevemente estará à disposição dos clubes para a iniciação de atletas de alto rendimento). A Lei de Incentivo ao Esporte trouxe para o desporto o orçamento de empresas que até então se dedicavam prioritariamente à cultura que já dispunha de leis de Incentivo há mais tempo.

·         O Vasco possui infraestrura instalada, tradição e experiência de desenvolvimento do esporte além de enorme torcida em todo território nacional.  Fatores decisivos para o sucesso de uma política esportiva.

·         No meu entendimento, os poderes do Clube deveriam estabelecer as bases para um amplo e urgente planejamento estratégico para esse setor que sobrevoasse as diferenças políticas presentes a um ano das eleições no Clube. Em seguida, instituir uma comissão de dirigentes e profissionais que liderem o processo de planejamento e posterior execução de seus resultados. Utilizar as bases desse processo como norteadores de um plano plurianual que servisse de orientação para duas ou três gestões administrativas do Clube. Algo que seja democraticamente construído e que assim se tornasse perene, sem ser inflexível. Sujeito apenas a correções de rumos advindas de um processo de controle de metas, ou alterações do ambiente esportivo dentro e fora do clube.   

·         É preciso compreender a realidade do esporte brasileiro em suas particularidades de cada modalidade e se posicionar de forma destacada e de liderança – uma vocação vascaína por essência. É preciso eleger esportes prioritários e identificar o potencial e o risco de se investir em outros. Para cada um deles será preciso um plano de negócios embasado num consistente estudo de viabilidade. Creio que cada esporte deva ser uma unidade de negócio apoiada e acompanha pelos poderes do clube. É preciso uma política orçamentária capaz de usar os recursos disponíveis e de ser ajustada no decorrer do tempo.

·         Cada modalidade esportiva possui características distintas com potencial e forma de captação diferentes.  Há níveis diferentes de dependência de recursos públicos diretos e indiretos (lei de incentivo) para cada uma delas. Presença desigual entre elas no território nacional.

·         Qual a tradição e os resultados históricos do clube. Quais esportes possuem melhor ambiente de desenvolvimento? Detentor de uma torcida nacional, com presença forte em vários estados da federação, em que locais o Vasco poderia fincar sua bandeira apoiado numa determinada modalidade?  Isto é possível, como, com quem e quando? Estas são análises que precisam ser feitas com inteligência e competência

·         Seria possível, por exemplo, instalar o basquete adulto em Brasília para disputar a NBB e aproveitar assim a paixão brasiliense pelo basquete e pelo Vasco?  Há vantagens para construção de parcerias na capital federal em relação ao Rio de Janeiro?

·         E o Futsal, esporte tão popular no sul do Brasil, não poderia encontrar em Santa Catarina parceiros interessados em ganhar visibilidade nacional com a nossa camisa? Nossa torcida é enorme naquele estado.

·         O Vasco tem tradição no atletismo, esporte mais democrático e, talvez, com maior potencial de crescimento no Brasil, em função de sua amplitude, potencial de medalhas e baixo desempenho atual. Onde a camisa vascaína poderia cruzar as novas pistas que estão sendo construídas no país com recursos do Governo Federal?

·         Quais parcerias poderiam ser feitas com colégios e universidades para a própria prática do esporte e ações de extensão e pesquisa?

·         O Vasco tem massa de torcedores no norte e nordeste do país. Como explorar esse potencial? O Beach Soccer fincou nossa bandeira em Manaus. Ainda que apenas com a participação em eventos, mas já é um avanço.

·         Tem havido discussões sobre a forte relação do Vasco com grandes nomes do MMA. Não se trata de esporte olímpico, mas o UFC  pode ser uma ferramenta de marketing para o Clube. Vale o investimento?

·         Com a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, existe uma oportunidade de recepção de delegações estrangeiras. Circulam notícias que o Minas Tênis Clube negocia com o Comitê Olímpico Britânico  a cessão temporária de suas dependências no período pré jogos.  Fala-se do Flamengo com os EUA. O Vasco pode vislumbrar alguma parceria com outros países? Quem cuida disso no Clube? As provas de Remo na Rio 2016 acontecerão na Lagoa Rodrigo de Freitas, as regatas da Vela ao lado da sede do Calabouço. Não estariam aí duas boas oportunidades de investimentos a serem feitos por seleções estrangeiras?

·         O Parque Aquático em São Januário precisa ser reformado e modernizado. Como fazer isso em sintonia com as oportunidades que se apresentam?

·         Como aproximar os inúmeros empresários vascaínos e montar um plano de investimento com recursos incentivados?

·         A experiência da campanha Dívida Zero pode servir de experiência para se montar um grupo de vascaínos que pudessem alocar parte do seu imposto de renda nos esportes olímpicos. Há empresas que fazem isso com seus altos funcionários.

·         O Brasil está instituindo uma Rede Nacional de Treinamento. Qual o lugar do Vasco nessa Rede?

·         Faz-se necessário montar uma equipe multidisciplinar que conjugue aspectos técnicos de cada modalidade e um conjunto de gestores, contadores  e advogados que subsidiem as ações de captação e utilização, principalmente, dos recursos públicos, cuja legislação e sistemas de execução requerem cuidados grandes. É bom frisar que um convênio mal executado poderá gerar recusa das prestações de contas e consequente inscrição do clube no rol das entidades inadimplentes.

·         Nada disso é simples, porém plenamente realizável para um clube com a grandeza do Vasco. As dúvidas a serem discutidas são muitas e instigantes. O processo eleitoral deve ser o espaço para convergir esforços criativos e de mobilização em defesa do Clube. O Vasco não pode passar mais uma década dividido, sob risco de ver comprometer seu maior patrimônio – a grandeza de sua torcida. As ameaças são inúmeras e cada vez maiores. Ou o Vasco reúne suas forças, ou amargará um futuro incerto.