Um momento a agradecer a Deus.

Um momento a agradecer a Deus.
Conduzir a tocha Olímpica foi um presente de Deus

sábado, 3 de novembro de 2012

Adriano – o Império do Esporte e do Crime no imaginário Juvenil. Um tema dos últimos 20 anos a ser investigado





A recente trajetória decadente do atacante do Flamengo, Adriano – o Imperador, apresenta em cores vivas e tristes a miscelânea de influências a que estiveram, e talvez ainda estejam, submetidas crianças e jovens das comunidades dos grandes centros urbanos brasileiros.



O cinema, especialmente a partir do filme Cidade de Deus, vem pautando o tema da violência e do tráfico de drogas nas favelas cariocas. Há uma lista de filmes recentes que tiveram grande sucesso ao tratar do mesmo tema. As duas versões de Tropa de Elite são bons exemplos desse fenômeno. Em todos os filmes é possível perceber o fascínio e a influência que as lideranças do tráfico exercem sobre as crianças.


Cidade de Deus tem no personagem Bené (Phellipe Haagensen) o traficante gente fina e um estereótipo do herói bandido. No final do filme, um bando de meninos da favela executa Zé Pequeno (Leandro Firmino da Hora), o bandido perverso, e a cena pode ser entendida como alusiva ao que viria pela frente com os traficantes do século XXI – jovens violentos e sanguinários que sucederam os “pioneiros do tráfico” que fundaram o Comando Vermelho (CV). Este mesmo tema da transformação do perfil do traficante é abordado no filme Quase dois Irmãos no qual o personagem Jorge (Flávio Bauraque e Antônio Pompeu), um suposto líder do movimento que criou o CV é assassinado na prisão por ordem de um jovem traficante do Rio de Janeiro. Percebe-se aqui a presença de alguns mitos que se constituíram na trajetória do tráfico: o bandido bom que lidou com presos políticos e o jovem perverso e sem valores da última geração de traficantes do Rio de Janeiro.



Nos anos 90 e 2000, essas jovens lideranças do tráfico de drogas exerceram o poder nas comunidades do Rio de Janeiro. Ao longo de cerca de vinte anos, jovens poderosos, armadas, amantes das mais belas mulheres das comunidades imprimiram suas marcas na cultura local. Elas estão expressas no vocabulário, na música, na dança, no vestuário e no comportamento de uma forma geral. Parte dessas marcas foi assimilada por jovens da classe media e do asfalto. Trata-se, portanto de um fenômeno cultural e antropológico a ser considerado para além das produções de cinema e TV. Que influência isso gerou na formação de um geração?



O recente aumento do poder de compra das classes c e d fez o interesse da mídia aumentar por este segmento social. O maior sucesso da teledramaturgia brasileira, Avenida Brasil, teve como ambiente o imaginário bairro do Divino que vem a ser uma representação do subúrbio carioca da atualidade. Surge agora a mini série Suburbia que abordará o universo suburbano dos anos 90. As temáticas do tráfico, violência e injustiça social certamente estarão na tela.



Há um outro fator que integra a realidade das comunidades cariocas atualmente. A implantação das Unidades de Polícias Pacificadoras (UPP) alterou o comportamento do tráfico e do comércio de drogas na cidade. As cenas dos bandidos fugindo pela mata no Complexo do Alemão e a de grandes traficantes sendo presos em postura de prostração e submissão contrastam com as deles próprios em confrontos destemidos com as forças policiais e com as práticas de ostentação de poder financeiro e moral que possuíam.



Mesmo assim, o fascínio pela estética gerada pelo comportamento das lideranças do tráfico parece ter ficado. Seria o comportamento do atacante Adriano uma manifestação desse processo? Certamente, o Imperador flamenguista não precisa de referência alguma para se tornar aceito numa tribo, situação comum a muitos jovens. Pelo contrário, ele é, ou pelo menos deveria ser, a própria referência. No entanto, mesmo famoso, desejado pelas mulheres, rico e forte, Adriano procura se identificar com o universo do crime. Tira fotos com fuzis, é visto com traficantes e ao dizer em alto e bom som que é da FAVELA, deixa transparecer seu entendimento acerca do perfil ideal para um jovem das comunidades do Rio de Janeiro.



Mais do que tentar combater e criticar o comportamento do Adriano, é preciso entender o que a sua trajetória e frases têm a nos dizer. Que fascínio é esse? Que códigos culturais estão impressos nas atitudes de Adriano. Quem vai investigar academicamente o que significou a trajetória dos bandidos heróis cariocas. Quem foi Orlando Jogador e o que significou no imaginário coletivo seu assassinato em 1992? Quem são Fernandinho Beira Mar, Marcinho VP, Nem Maluco, Uê, Gigante, Marcelo PQP, Celsinho da Vila Vintém e Nem da Rocinha? Ou será que alguém imagina que um homem que comandou dezenas de soldados do tráfico terá o seu apagado da memória de quem lidou com eles?



A história do tráfico de drogas no Rio de Janeiro precisa ser estudada profundamente e não apenas do ponto de vista da segurança pública. A UPP abre o campo de pesquisa no terreno onde a trajetória se deu. O Instituto Brasileiro de Museus instituiu os Pontos de Memória em algumas comunidades do Rio de Janeiro. Eles precisam se dedicar a esse tema. As Universidades brasileiras que mantém linhas de pesquisa no âmbito da memória social são potenciais produtoras de conhecimento nessa área e estão chamadas a se envolver.


Ao esporte e aos seus promotores cabe o papel de apresentar um caminho de convivência coletiva e saudável, onde exista a perspectiva de realização pessoal e profissional através do desporto. Esperamos que o Adriano se recupere, volte a dar alegrias aos seus fãs e sirva de inspiração positiva para os jovens que moram nas comunidades que ele representa tão bem em campo e muito mal fora dele.





quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Rugbi em São Januário. O VASCO PRECISA REAGIR!!

Durante entrevista coletiva concedida pelo presidente Roberto Dinamite, quando ele afirmou que mais importante que sediar as competições de rúgbi em São Januário seria construir a arena, percebi claramente que nosso clube já havia perdido a oportunidade inédita de ser palco dos jogos olímpico. Nos últimos meses, eu vinha alertando alguns amigos dirigentes do Vasco da real ameaça dessa derrota. O Clube dava claras demonstrações de negligência com o projeto. O presidente omitiu-se da liderança desse processo, os dirigentes preocuparam-se mais em aparecer e buscar seus próprios interesses do que com a construção de um projeto viável. É fácil imaginar a precariedade da proposta elaborada pelo Vasco. Basta perceber que a resposta do Comitê Rio 2016 chegou menos de 24 horas após a apresentação do projeto vascaíno. Caso contrário, estamos diante de um teatro armado para enganar nossa torcida. É lamentável a incompetência daqueles que deveriam dirigir o clube. É bom lembrar que o Vasco possui em seus quadros dirigentes um presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, um ex-secretário de fazenda do Estado e um ex-dirigente do BNDES. Sem contar que temos diversos conselheiros empresários, políticos e gestores públicos. Na minha opinião, é possível reagir. O projeto das instalações esportivas da Rio 2016 ainda está em curso. Há indefinições em algumas outras instalações. É o caso daquelas que serão destinadas ao Hóquei sobre Grama, Natação, Tênis e mesmo em outros casos sempre é possível ajustes para melhor. Portanto, fica a dúvida: POR QUE A IMPOSIÇÃO E INTRANSIGÊNCIA COM O VASCO? Nosso clube, nossa torcida e os homens que dirigem o Clube precisam reagir. Por fim, é preciso dizer que essa é uma questão de respeito. Primeiro, daqueles que dirigem o Clube e que não podem expor o Clube ao ridículo. Eles que refaçam o projeto em condições adequadas. Depois, daqueles que querem nos impor uma derrota vexatória. Eles que respeitem uma instituição centenária e que deu ao país o maior estádio da América Latina nos anos 20 e 30 e tantas glórias proporcionou ao esporte brasileiro..