Um momento a agradecer a Deus.

Um momento a agradecer a Deus.
Conduzir a tocha Olímpica foi um presente de Deus

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um movimento e suas muitas dúvidas.

Dias antes do início das manifestações que estão tomando conta do país,  era inimaginável que o país seria varrido por atos com as dimensões e formatos  que estamos vendo.

Acompanho e participo de manifestações há mais de 25 anos. Vi as Diretas Já, as mobilizações da Constituinte de 88, o Fora Collor, as lutas contra o projeto neoliberal e nunca vi nada parecido com o que estamos vendo atualmente.

Fica evidente a insatisfação da população de forma generalizada. Mas tem sido difícil saber com exatidão o que fazer para atender ao clamor da massa. Diminuíram as tarifas dos transportes. Não foi suficiente. Não é por 20 centavos, é pelo meu futuro – dizem os manifestantes. Enquanto isso, centenas de manifestantes apedrejam e quebram bens públicos. Que futuro é esse mesmo? Aonde querem chegar?

Houve gerações que sonharam tomar o Poder e  instituir uma nova sociedade para aí sim fazer as transformações sociais que desejavam. As passeatas atuais levantam muitas bandeiras pontuais, mas parecem órfãs de um projeto de futuro. Mudar como e com quem? Acham que não precisam de ninguém. Nenhum Partido me representa, você não me representa, ele não me representa, dizem os manifestantes. Quem os representa? Como são, ou serão escolhidos? Pela força, no Facebook, ou no Twitter?

A mídia tenta fazer uma distinção no público das passeatas. Vândalos e bem intencionados. Nas manifestações de outros tempos, todos, sem exceção, eram baderneiros: jovens, professores, servidores públicos e qualquer outro que se opusesse ao sistema.   O que mudou?

Por que a luta do MST e dos sem teto só tem baderneiros e não há legitimidade em suas reivindicações? Greve nem pensar. Luta de classes... isto não existe mais.  O capitalismo é a única saída. Quem defende tais idéias observa as manifestações com um olho na missa e outro no vigário. Vai que a passeata se vira contra o sistema e não só contra os políticos que eles querem ver liquidados. Demonizaram os partidos, as entidades da sociedade e, agora, tentam “dirigir” o movimento pela TV.

Há um impasse no momento político atual. Há milhares de cartazes com bandeiras diversas, mas as únicas que tremulam na TV são as que agradam as elites. Por mais que queiram dividir os manifestantes, acho que vai crescer o apoio velado ao quebra - quebra. Sempre haverá bandeiras não atendidas.

Fica a preocupação. O que surgiu inesperadamente vai crescendo em volume e dúvida quanto ao seu desfecho e conseqüências. Eu quero um mundo melhor, acredito na revolução e na minha mente ela sempre foi socialista. O que querem os milhares nas ruas? O que vamos oferecer a eles? E como??