Um momento a agradecer a Deus.

Um momento a agradecer a Deus.
Conduzir a tocha Olímpica foi um presente de Deus

domingo, 30 de setembro de 2018

Ensaio sobre o destino do Vasco. Uma crítica respeitosa e construtiva à entrevista recente de um atual dirigente do Clube

Na última semana, um dirigente vascaíno que atua na área de gestão do clube deu uma boa entrevista relatando as perspectivas de recuperação financeira do Vasco.

De imediato, é preciso louvar a posição do dirigente ao afirmar que acredita na recuperação do clube e chegou a estabelecer um prazo de 2 anos para que isso aconteça. Nos últimos anos, o que se tem visto e ouvido de diversos vascaínos da política do clube é um cenário desolador.

O dirigente enumera diversas iniciativas em curso no sentido de equacionar dívidas, diminuir despesas e aumentar receitas. Além disso, cita que está em curso aquisição de ferramentas de gestão e ajustes na estrutura de governança no Vasco. Tais medidas sempre carecerão de análise mais cuidadosa para que se tenha melhor juízo acerca das escolhas feitas. No entanto, consideremos e acreditemos hipoteticamente que bons resultados surgirão em algum momento. Portanto, essa é minha premissa. Consideremos que estejamos avançando. Mas, aonde chegaremos e quando? Vai funcionar e será suficiente no tempo que precisamos?

O futebol vive a maior concentração de recursos em todos os tempos. A Europa domina como nunca antes o futebol mundial. No Velho Continente, a concentração elegeu poucos clubes e mesmo lá, já existe uma grande quantidade de marcas ameaçadas. Neste sentido, O futebol sulamericano é, portanto, um produto periférico e o Vasco está muito mal posicionado nessa fila que já é ruim.

Restam aos clubes brasileiros Jogadores de baixo nível técnico e físico. Restam ao endividado e enfraquecido Vasco os piores destes. E se os patrocinadores reservam aos clubes brasileiros orçamentos menores, imagine o que eles reservam a um clube que foi rebaixado 3 vezes em 10 anos e que vive às voltas com brigas internas.


O Vasco está num ciclo negativo que se realimenta e se enfraquece dos resultados ruins que alcança. É preciso fazer o dever de casa, conforme indica o dirigente vascaíno. Mas somente isso não será suficiente. É preciso agir fora do clube. É preciso aglutinar forças para tentar romper com a lógica vigente. A matriz de poder do futebol já escolheu quem matar. O Vasco está na lista. Tenham certeza disso. Não por raiva, preconceito o direcionamento contra nós. O mercado girou de um modo que atravessa nossa rota de vida. É preciso resistir.


Sorte do Vasco que há outras marcas nisso. Clubes centenários com torcidas numerosas no mundo inteiro. E esses clubes precisam romper com o sistema, antes que percam o que possuem de mais valioso – suas torcidas em razão da escassez de títulos e da irrelevância que vão ganhando. Os clubes mais ricos tendem a ter os ídolos e conquistas. Para quem os filhos e netos desses clubes vão torcer? Para quem torcem hoje os filhos dos Americanos e Banguenses dos anos 70?


É a vida. É o destino que tende a se repetir. O Vasco, o Peñarol, o Valencia, o Botafogo, o Fluminense, o Santos, o Sporting, o PSV, Nápole, Sampdoria, Lazio, Fiorentina e tantos outros precisam reagir enquanto podem. O Vasco mudou o esporte em 1923. Mais do que vencer o racismo, ele criou o profissionalismo no futebol brasileiro. Rompeu com o sistema, alterou as condições de disputa do mercado e usufruiu da vantagem obtida pela coragem e ousadia por mais de 50 anos. Ou faz-se isso novamente, ou perderá sua relevância.


Não vejo iniciativa alguma neste sentido. Além da inércia neste campo de discussão, não há iniciativa alguma para diminuir a dependência dos empresários nos moldes atuais. Faz-se necessário discutir o limite de jogadores estrangeiros nos clubes. Isso é fundamental para equilibrar o jogo e descentralizar investimentos. Internamente, no Brasil, é preciso romper com a lógica instituída pelas Leis Zico e Pelé que fragilizaram os clubes.


A lógica de investimento no futebol brasileiro é no jogador e não no Clube. Empresário investe em atleta em formação. Captura na fonte e estrangula o clube que fica inerte diante desse cenário.


Poderia enumerar ainda dezenas de frentes estratégicas em que se deve atuar. Um clube como o Vasco nasceu para enfrentar grandes adversários. Ele se alimenta da inovação e dos desafios estruturais.


Não vemos isso no Vasco há muitos anos. Se em campo nos acostumamos a rivalizar com os times de menor expressão, fora dele, vivemos dias de mediocridade sem igual.


Um clube e sua torcida se estabelecem numa relação de identidade. Não há identidade alguma entre a torcida e a história recente do clube. O vascaíno não se vê representado e isso é muito grave. Ainda há tempo para se recuperar. Mas é preciso rapidez. É preciso dar um basta ao que existe no futebol mundial e buscar novos parceiros e ambientes. É hora de guerra fora do clube. Chega de divisão interna, pois o adversário é imenso e ligeiro. Mas ainda dá tempo.


Para não ficar apenas nas citações e comentários genéricos. Eu penso que o Vasco deveria iniciar aproximação com clubes brasileiros e sulamericanos para criar novas ligas, discutir a viabilidade de participar de competições alternativas, com base em outras redes de TV e plataformas digitais. Buscar novos cenários e planos de negócio inovadores e estratégicos. Por fim, eu sempre defendi a natureza social do clube, mas esse modelo se esgotou. O Vasco precisa virar empresa e oferecer oportunidade de retorno financeiro com foco em investidores mundiais. Os players que colocam dinheiro no Barcelona, PSG, Milan precisam identificar no Vasco a porta de entrada no mercado sulamericano. Em algum momento, algum clube brasileiro fará isso. Espero que seja o Vasco.


Tudo isso é difícil, soa como sonho, ou afastamento da realidade, mas creia, quando o Vasco decidiu dar um pulo no escuro e sair do campeonato em 1924, todos devem ter pensado o mesmo. E o Vasco revolucionou o esporte e virou o Gigante que essa geração de vascaínos não pode matar.


terça-feira, 10 de abril de 2018

A poesia e a emoção de ser vascaíno. Gestos que fazem de um Clube o Gigante que ele é.




O Vasco já me causou emoções inúmeras: a paixão infantil com os dois Antônios da minha vida - meu pai e meu tio;  os títulos conquistados, as derrotas sofridas, o nascimento dos meus filhos vascaínos e depois  os primeiros jogos em que os levei e tantas outras coisas que fazem do Vasco uma expressão da tradição portuguesa misturada aos negros e trabalhadores brasileiros que construíram a mais bela história do nosso futebol.


Eis que hoje, eu recebo de um amigo de trabalho, Amândio,  um presente singelo e  repleto de significado. Mais uma emoção vascaína na minha vida.


Amândio é Coordenador de Comunicação do Museu Nacional de Belas Artes, Historiador da Arte, e professor da UERJ, enfim, uma pessoa com sensibilidade e uma vida dedicada à arte e à emoção. Ele é filho do Sr. Amândio e aí começa a história vascaína que tanto me emocionou hoje.


De tanto falar do Vasco, acabei criando a oportunidade para ouvir do Amandio as histórias do seu pai, também Amândio, falecido em 2011.


Sr. Amândio , o pai,  era um grande vascaíno. Ele representa o típico português  dos tantos com os quais os cariocas conviveram em nossa cidade. Dono de um açougue no Rio Comprido - o Tupan, e um bar na Rua Sete de Setembro; no Centro, Lanches Rossini, onde notabilizou-se pelo prazer de conversar e servir bem os professores e alunos do Largo de São Francisco. Nada mais português e carioca. Tudo a ver com o Vasco!!!


Os portugueses fazem parte da história de nossa cidade e contribuíram decisivamente para jeitão carioca de conviver. Qual carioca não tem uma história vivida num comércio de Seu Manoel, do Seu João, do Seu Joaquim e tantos outros?


Qual canto dessa cidade não abrigou uma padaria, um bar, um açougue, uma quitanda de uma família portuguesa? Muitas das vezes, com marido, mulher e filhos que construíram suas vidas no país que os acolheu....


Sr.Amândio foi um desses e nutria pelo C.R. Vasco da Gama um sentimento de amor e identidade com a história luso-brasileira que esse clube tão bem sintetiza.


Eu ouvi as histórias contados pelo Amândio e percebi a semelhança delas com a história dos meus avós. Ele falava da relação do pai dele com o Vasco e com o trabalho e aquilo fazia todo sentido para mim.


Hoje, ao chegar ao Museu, ganhei do Amândio um broche do Vasco que pertenceu ao pai dele. Fui tomado de uma grande emoção e sentimento de responsabilidade por guardar comigo um pedaço da memória e do sentimento vascaíno e luso-brasileiro de alguém que viveu essa mesma paixão que alcança mais de 10 milhões de brasileiros torcedores do Vasco.


Sr. Amandio morreu em outubro de 2011. Despediu-se do Vasco campeão da Copa da Brasil e mesmo doente, certamente alegrou-se com o Trem Bala da Colina e teve a certeza que o nosso Clube continuaria cumprindo sua missão de manter viva essa tradição democrática, de esforço e  vitoriosa .


Ao receber do filho dele o broche vascaíno, ganho mais um pedaço dessa história.


Obrigados aos dois Amandios, ao pai pelo legado. Ao filho pelo generoso e tão significativo presente que guardarei com carinho e perspectiva de contar a história que ele representa.  

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tudo Posso Naquele que me Fortalece. Nada posso, ou devo sem ele.



Há momentos da vida em que nos  deparamos com o medo da derrota em razão dos erros que cometemos. O que há de fraqueza em você te impede de enfrentar os inimigos e as consequências dos seus erros. Ao mesmo tempo, a sua arrogância, presunção e vaidade te impedem de abrir espaço para que Deus assuma o controle da situação e você reconheça que foi a graça Dele que te salvou.  Pior ainda, isso impede que os outros percebam através da sua vida que só houve vitória porque Deus assim desejou e agiu.

Escolhas erradas, caminhos e companhias equivocadas, mais do eu e menos de Deus.  Junte tudo isso à  surdez e cegueira ao que Deus quis lhe dizer e mostrar. Está dado o cenário do caos na sua vida.  O problema é o momento em que nos damos conta  disso. Em geral, só percebemos isso no meio do vendaval.

Não é fácil o caminho da volta. Principalmente num mundo de ações midiáticas de superexposição e das redes sociais que fazem da sua Time Life uma edição dos melhores momentos da sua vida real. As melhores fotos e frases, os sucessos superdimensionados sempre expostos e os fracassos escondidos. 

Eu sou o melhor e eu consigo tudo. E para continuar assim, não posso deixar a peteca cair e a ampliação do meu sucesso depende disso. Não duvide, isso é uma cilada. Fuja dela enquanto puder. 

Reconheça sua incapacidade e fragilidade ao atuar só. Fuja da vitória que poderá anunciar como sendo somente sua, pois sempre haverá um inimigo maior que você e a derrota quando vier, (ela sempre vem)  lhe soará como morte. 

Eu quero compartilhar com você a certeza de que ao me defrontar com esses medos e essa angústia, olhei para trás e percebi os erros que cometi. Evite-os, pois o maior deles foi fechar meus olhos e ouvidos para o que Deus quis de mim e para mim. O Versículo "Tudo posso naquele que me fortalece" é uma grande verdade. O seu oposto também é incontestável:  sem Ele você nada poderá.

Refazer a vida implica nesse reconhecimento. É o caminho que quero fazer. 


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Boa sorte aos nosso atletas nos Jogos Paraolímpicos Rio 2016.

Começam hoje os Jogos Paraolímpicos do Rio 2016. A alegria e espírito olímpico se somam à emoção da superação dos super atletas. O Brasil estabeleceu a meta de ficar entre os 5 primeiros da disputa de medalhas. Uma marca possível de ser alcançada, pois os Jogos de 2016 chegam para nossos atletas após seguidos sucessos em edições anteriores e foi debatida entre o Governo Federal, CPB e o movimento paraolímpico, resultando em investimentos direcionados para a preparação de nosso Time.  


Independente da conquista desse objetivo, o esporte paraolímpico do Brasil assegurou um legado importantíssimo com a recente inauguração do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, o maior do mundo em número de modalidades contempladas: 15 ao total. O equipamento que foi feito com recursos federais e estaduais será gerido pelo CPB e foi inaugurado em maio deste ano, portanto não será possível perceber impactos da sua utilização nos resultados do Time Brasil nesta edição dos Jogos. Fica a torcida para que o Centro de Treinamento contribua para o crescimento do esporte no país e sirva de prêmio e inspiração para nossos atletas que já construíram a história de superação e sucesso nos jogos Paraolímpicos. Que venha o Top 5. E que a parceria entre os governos e o CPB seja duradoura e eficiente. 

Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro - Um legado da Rio 2016

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O Resultado do Time Brasil. Um Legado da Rio 2016.



Terminados os Jogos Olímpicos do Rio, ganha espaço o debate sobre o desempenho do Time Brasil. Tenho lido alguns artigos que criticam duramente o resultado obtido e apontam a concentração de investimentos em poucos atletas como um erro. Este argumento junta-se ao antigo discurso de falta de apoio à ampliação da base. Paradoxalmente, a questão do investimento e o excesso de dinheiro viraram polêmica. Uns dizem que não faltou apoio, portanto não se justificaria o não cumprimento da meta do top 10.  Ao mesmo tempo, persiste a acusação de não haver investimento no esporte. Quero apresentar algumas impressões que tenho do tema. 


Estive diretamente envolvido no processo de decisão do caminho que Governo Federal deveria adotar para os ciclos olímpicos que antecederam os jogos. Enganam-se os que imaginam que houve decisão por investir somente no topo. Ocorre que não havia hipótese de não oferecer as melhores condições de preparação a quem tinha maiores chances de obter os melhores resultados. Mesmo se tivéssemos escolhido aumentar a base, um resultado pífio seria péssimo para o país e para o próprio desenvolvimento esporte, visto que o resultado serve de inspiração e motivação para as gerações futuras aderirem à prática do alto rendimento. E mais, um desempenho ruim seria alvo de críticas da sociedade e frustração da nossa população. 


Enganam-se também os que dizem não ter havido discussão e planejamento na elaboração dessa política, pois ela foi fruto das resoluções das Conferências Nacionais de Esporte – o mais democrático fórum do esporte brasileiro. No Alto Rendimento, em 2009, a Secretaria Nacional de Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério realizou seu planejamento estratégico tendo ouvido especialistas e em alinhamento com o Comitê Olímpico Brasileiro. O mesmo planejamento passou por mais duas atualizações ao longo de sua execução, sempre de olho na evolução dos resultados obtidos. 


Mesmo não tendo atingido a meta do Top 10, alcançamos a melhor colocação na história dos jogos com 19 medalhas (7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes), ficamos em 13º lugar a três posições do Canadá, que alcançou 22 (4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes) e terminou em 10º lugar. É preciso destacar a variedade das modalidades em que medalhamos. Essa foi outra decisão estratégica do país de garantir diversidade esportiva e a não concentração em poucos esportes que tivessem muitas medalhas em disputa. Outro dado significativo foi o número de participações em finais. Foram 71 no Rio contra 36 em Londres, um crescimento importante. Evolução ocorrida também em resultados inferiores que não asseguraram finais, mas que expressam a evolução do esporte em cada modalidade. O Handebol masculino é um bom exemplo disso. 


Houve polêmica também com relação aos atletas das Forças Armadas e é preciso compreender o significado desse fenômeno. Esse é um caso de parceria bem sucedida no esporte. Conjunção de esforços de civis e militares, com recursos do Ministério da Defesa e do Ministério do Esporte, num ambiente esportivo de tradição no esporte brasileiro que foi trazido mais para o centro das políticas esportivas de alto rendimento do país. Tudo isso foi feito em debate com as Confederações e o COB. Nada foi feito de maneira individual ou desconectada do conjunto da obra. É importante lembrar que as Forças também aderiram ao Programa do Segundo Tempo, num evidente gesto de troca de experiências e oportunidades para além do alto rendimento.


Quanto ao investimento na ampliação da base, na difusão do esporte na escola e na infraestrutura esportiva para treinamento na iniciação e descoberta de talentos, não procede a informação de que não houve avanços. O Governo Federal destinou a centenas de grandes cidades mais de 900 milhões para construção de Centros de Iniciação ao Esporte. O Programa Segundo Tempo ofereceu iniciação esportiva a milhares de crianças. O MEC construiu e reformou quadras esportivas em escolas de todo país. Os Clubes passaram a receber verba exclusiva das loterias para investimento justamente na iniciação esportiva - uma antiga reivindicação de um setor que sofria com escassez de recursos e possui enorme potencial em função do papel destacado que sempre desempenhou. A Lei de Incentivo ao Esporte foi uma conquista recente do setor e trouxe recursos novos que são investidos no alto rendimento em suas mais variadas etapas no Brasil inteiro. 


Já o programa Brasil Medalhas e os Editais do Ministério do Esporte que materializaram a concentração de recursos no Time Brasil também deixam um legado para estágios iniciais do alto rendimento. Viagens, compra de equipamentos, contratação de treinadores estrangeiros, participação em competições internacionais, remuneração de equipe multidisciplinar representam também qualificação dos profissionais e dos nossos treinadores. É preciso ver esses investimentos como legados do conhecimento para o treinamento dos futuros atletas. Ressalte-se que não houve nada realizado sem decisiva participação das Confederações que envolveram seus técnicos e atletas na elaboração na programação de treinamento.


A Rede Nacional de Treinamento está ganhando forma em todo o país, com equipamentos modernos construídos para diversas modalidades que devem dialogar com entidades do desporto e os três níveis de governo, tanto na formulação das estratégias, quanto no seu financiamento e execução. 


Houve aperfeiçoamento dos mecanismos de destinação de recursos, com maior controle e transparência. Passou-se a exigir contratos de desempenhos para assinaturas de convênios que exigem definição e cumprimento de metas esportivas. Mesmo que ainda não tendo sido efetivado na prática tal contrato, a lei está aí para ser cumprida. Ou seja, um ambiente de maior organização e transparência deve e pode aproximar patrocinadores através, principalmente, das leis de incentivo. 


O Programa Bolsa Atleta consolidou-se como importante instrumento para manutenção do atleta no esporte e é um programa com base tão somente nos resultados dos atletas, livre de qualquer ingerência política, ou indicação subjetiva indevida. 


Cabe registrar que muito ainda preciso ser feito. A efetivação do Sistema Nacional do Desporto é essencial. Sem ela não conseguiremos definir responsabilidades de gestão e investimentos e continuaremos a ver a concentração de investimentos na mesma direção. União, Estados, Municípios e iniciativa privada devem ter papéis complementares. Entidades do Desporto, Clubes, Escolas e Universidades precisam dialogar e atuar integradamente. Esse é o segredo para a implantação de um time que poderá atuar entrosado no fomento e no desenvolvimento do esporte. 


Por fim, deve-se considerar o atraso histórico do país nessa área. O desempenho sempre muito fraco até o final dos anos 90, com pouquíssimos recursos e níveis de organização muito frágeis. A tarefa é dura e a política de esporte deve ser vista como política pública continuada e de estado, livre de recuos decorrentes de visão partidária e de ocasião. Esse é o segredo. No mais, devemos parabenizar atletas e profissionais que se envolveram na preparação do Time Brasil 2016. São nossos heróis.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Gol do Brasil (7 x 2)!!! Pode não ter sido de placa, mas valeu. Antes tarde do que nunca.

Gol do Brasil (7 x 2)!!! Pode não ter sido de placa, mas valeu. Antes tarde do que nunca.


Um ano se passou desde a derrota vexatória para a Alemanha no Mineirão e neste aniversário, a melhor notícia foi a aprovação da MP do Futebol – o PROFUT. Certamente, ela não agradou a todos, mas é a expressão do possível  e  da democracia. Que bom que seja assim.  


Há quem prefira focalizar no que que ficou de fora, chorar o que não conseguiu emplacar e jogar água no moinho das lamúrias e do sentimento do “nada mudou”. Revelam dessa forma miopia estratégica e simpatia à ditadura – o sistema onde a vontade imperativa de uns prevalece sobre o entendimento democrático.


Eu sou ferrenho defensor  dos Clubes. Considero que eles deram inúmeras contribuições ao esporte brasileiro. O recém lançado Diagnórstico do Esporte Brasileiro destaca o futebol como principal esporte brasileiro. Portanto, o patinho feio é o responsável pelo enorme  alcance social centenário e que a sua prática gerou aos brasileiros, sem apoio público além da isenção do pagamento de imposto de renda condicionado a não obtenção de lucro em suas atividades.  Cabe lembrar que este benefício surge depois de muitos anos de pioneirismo e empreendedorismo dos fundadores e sócios dos clubes.


Neste sentidop, é preciso destacar que o Ciclo dos megaeventos esportivos demandou investimentos públicos e privados  milionários em infraestrutura e desenvolvimento do esporte (construção de arenas e preparação das equipes olímpicas). Em cem anos, quanto os clubes de futebol investiram nos esporte brasileiro? O país pentacamepão mundial, pátria de gênios da bola como Pelé, Romário, Didi e  Nilton Santos  ganhou em difusão da imagem do país no exterior, contribuiu para a construção de uma identidade nacional,  gerou empregos, pagou   impostos, além de gerar valores tangíveis e intangíveis enormes.  Os clubes devariam mensurar esse fenômeno  e readequar  essa equação de dívida e crédito. Há metodologia para fazer esse cálculo e seria bom entendermos melhor esse jogo.


Apesar dessa minha opinião, não me resta outro caminho a  não ser festejar esse gol de ontem.  Ele não empata o placar dos 7x1, mas é um passo importante.  Gol do Brasil!! Finalmente!!!

domingo, 7 de junho de 2015

Limite de estrangeiros em cada time na Europa. Um debate crucial para o destino do futebol no Brasil e na América do Sul.


Desde a goleada sofrida pelo Brasil contra a Alemanha, o debate acerca das razões  daquele vexame tem destacada vários aspectos. Pouco, ou quase nada, no entanto, se fala sobre o limite de estrangeiros nos clubes europeus. Na minha opinião, boa parte dos problemas dos times da América do Sul reside justamente nesse fator.


A Champions e a maiorias das ligas nacionais permite 16 estrangeiros em cada time. Isso mesmo: DEZESSEIS.  Sou do tempo em que o limite era de 2, ou 3 jogadores.  A diferença entre os dois cenários fica evidente quando comparamos o êxodo de antes e de agora. Antigamente, a fila demorava a andar. Hoje, o mercado europeu demanda cada vez mais jogadores jovens, experientes, zagueiros, goleiros, atacantes e  armadores. Tudo pode e todos cabem nos clubes europeus.


Nossos goleiros e zagueiros não tinha mercado na Europa, hoje saem daqui aos montes. Uma jovem promessa brasileira demorava a encontrar a oportunidade para a saída. Até os anos 90, os clubes europeus buscavam aqueles que já haviam sido testados. Romário saiu do Brasil depois de arrebentar nos Jogos Olímpicos de 88, quase quatro anos após despontar no profissional do Vasco. Bebeto saiu um pouco depois. E assim por diante.


Atualmente, os ricos clubes europeus se dão ao luxo de investir no risco. Levam jogadores recém saídos da base e até os que lá ainda estão.   Em breve, as maternidades serão visitadas por empresários.  Isso acontece nos times da América do Sul e da África diariamente.


Os dirigentes brasileiros se beneficiam disso.  Os empresários, idem.  O futebol  atual possui a lógica do Mercantilismo e da Escravidão do século XVII. Espanha e Inglaterra, os reinos do sol que nunca se apagava, brilham mais forte no futebol.  Os vendilhões do nosso futebol enchem seus bolsos e nossos clubes vivem de pires na mão.  Que a crise na FIFA possa abrir também esse debate.