Desde a goleada sofrida pelo Brasil contra
a Alemanha, o debate acerca das razões daquele
vexame tem destacada vários aspectos. Pouco, ou quase nada, no entanto, se fala
sobre o limite de estrangeiros nos clubes europeus. Na minha opinião, boa parte
dos problemas dos times da América do Sul reside justamente nesse fator.
A Champions e a maiorias das ligas
nacionais permite 16 estrangeiros em cada time. Isso mesmo: DEZESSEIS. Sou do tempo em que o limite era de 2, ou 3
jogadores. A diferença entre os dois
cenários fica evidente quando comparamos o êxodo de antes e de agora.
Antigamente, a fila demorava a andar. Hoje, o mercado europeu demanda cada vez
mais jogadores jovens, experientes, zagueiros, goleiros, atacantes e armadores. Tudo pode e todos cabem nos clubes
europeus.
Nossos goleiros e zagueiros não tinha
mercado na Europa, hoje saem daqui aos montes. Uma jovem promessa brasileira
demorava a encontrar a oportunidade para a saída. Até os anos 90, os clubes
europeus buscavam aqueles que já haviam sido testados. Romário saiu do Brasil
depois de arrebentar nos Jogos Olímpicos de 88, quase quatro anos após despontar
no profissional do Vasco. Bebeto saiu um pouco depois. E assim por diante.
Atualmente, os ricos clubes europeus se dão
ao luxo de investir no risco. Levam jogadores recém saídos da base e até os que
lá ainda estão. Em breve, as
maternidades serão visitadas por empresários. Isso acontece nos times da América do Sul e da
África diariamente.
Os dirigentes brasileiros se beneficiam disso.
Os empresários, idem. O futebol atual possui a lógica do Mercantilismo e da
Escravidão do século XVII. Espanha e Inglaterra, os reinos do sol que nunca se
apagava, brilham mais forte no futebol. Os
vendilhões do nosso futebol enchem seus bolsos e nossos clubes vivem de pires
na mão. Que a crise na FIFA possa abrir
também esse debate.